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Episódio 46: Vida em NY - A cidade dos sonhos

Por Duolingo — quarta, 13 de dezembro de 2023

Histórias de duas mulheres que decidiram se mudar pra cidade de Nova York em fases muito diferentes da vida.

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Transcrição

Helena: Num estúdio de Nova York, Rebecca Alaniz tava cercada por câmeras profissionais, luzes brilhantes e gente bonita. Era um ensaio fotográfico, ou photo shoot, pra Revlon, uma marca importante de cosméticos. O ensaio ia aparecer nas revistas Cosmopolitan e Elle. Rebecca tinha escolhido a dedo tudo o que as modelos usariam.

Rebecca: It was the first day of a four-day photo shoot, and I was a stylist for ten models. It was a lot of work, but it was amazing. I couldn’t believe I was there, doing what I love. My dream was finally happening!

Helena: Cinco anos antes, Rebecca não podia nem imaginar algo assim acontecendo na vida dela. Ela cresceu num pequeno povoado do estado do Texas chamado Magnolia.

Rebecca: When you’re from a small town, sometimes it’s hard to imagine a life somewhere else. I never thought that moving to New York City or having my dream job was possible. But I decided to work really hard, and then my dream came true. I became a stylist for models, working for magazines I read when I was a teenager!

Helena: Atenção, passageiras e passageiros, welcome to Destinos Duolingo! Eu sou Helena Fruet e vou te guiar nessa viagem. Nesse podcast, vamos explorar a história e a cultura de diferentes cidades do mundo e aprender inglês com os próprios moradores! Eu vou te acompanhar em cada destino e não vou deixar você se perder. Você encontra a transcrição completa de cada episódio em podcast.duolingo.com.

Esse é o último episódio dessa primeira temporada, em que exploramos a cidade de Nova York — mas em breve tem mais! Agora, vamos conhecer duas mulheres que se mudaram pra Nova York em fases muito diferentes da vida.

Helena: A principal atividade das noites de sexta-feira em Magnolia, no Texas, era ver o jogo de futebol americano da escola de ensino médio. Mas Rebecca Alaniz gostava mais de moda do que de futebol. Ela era obcecada pelos chamados “fashion editorials”, ensaios fotográficos em revistas que mostram roupas de estilistas famosos.

Rebecca: When I was 13 or 14 years old, I used my family’s computer all the time to look at fashion editorials. I didn’t even know what the word “editorial” meant, but I was really interested in telling stories with fashion. I searched online for things like “fashion” and “high fashion photos,” and I started to learn the language of the industry.

Helena: Rebecca se encantou pela alta costura. Magnolia tinha muitos shoppings com preços populares, mas não tinha boutiques de moda de luxo. Então, era nas revistas que ela buscava inspiração.

Rebecca: I was looking through a magazine, and I realized that you could really tell a story with beautiful designers and models, photography, hair, and makeup. I started thinking of big, creative ideas for photo shoots. Working in the fashion magazine industry soon became my dream. But to do that, there’s really only one place to go: New York City. And that seemed impossible for me.

Helena: Uma carreira no mundo da moda não parecia realista. Então, Rebecca optou pelo caminho mais prático. Ela se mudou pra Dallas pra estudar pedagogia na faculdade e poder trabalhar como professora.

Rebecca: I couldn’t stop thinking about my dream. I thought that maybe I could teach at a fashion school, or maybe I would be known as a teacher who loved fashion. But New York City? In my Mexican-American community in Texas, women don’t usually move out of their family’s home before getting married. Some people think it shows that you don’t respect your family. So I felt like I couldn’t move to New York.

Helena: Nova York é uma das capitais mundiais da moda. Pra Rebecca, a cidade era inspiradora. Os desfiles, a semana da moda, as supermodelos… e até o estilo dos nova-iorquinos bem-vestidos que andavam pelas ruas... Era tudo muito incrível!

Rebecca: New York City felt like the center of the fashion world to me. And it was scary!

Helena: Mas depois da faculdade, Rebecca passou por um término de relacionamento. E ela interpretou isso como um sinal de que era hora de fazer outras mudanças importantes na vida.

Rebecca: I believe that everything happens for a reason. As someone who believes in God, I decided I needed to pray. In that moment, I knew God was telling me it was time. So, I called my mother, and I said, “Mom, I am moving to New York.” I’m lucky because my parents have always supported my dreams.

Helena: Rebecca sabia que Nova York era uma cidade cara, então ela vendeu o carro e várias coisas que tinha pra poder se mudar. Por meio de um amigo em comum, ela entrou em contato com uma pessoa que sublocava um quarto em Manhattan. Ela aterrissou na cidade com duas malas… e só.

Rebecca: The apartment was in the East Village, which is an incredible neighborhood to live in when you first come to New York City. It was amazing to see all of the interesting, fashionable people walking down the street.

Helena: O East Village tem muita gente na faixa dos vinte e trinta anos. O bairro é famoso pela cultura, arte e moda. Pra todo lugar que olhava, ela via inspiração. E ao mesmo tempo, ela tentava se adaptar ao ritmo de vida acelerado de Nova York.

Rebecca: In the beginning, it was hard. I didn’t know how to use the subway — I had to watch videos on YouTube about it! But the city also helped me become more independent. Soon, I started to feel more confident — just as confident as other New Yorkers.

Helena: Logo depois de chegar, Rebecca conseguiu uma entrevista com uma agência que tinha contatos na indústria da moda. Era uma oportunidade de testar a autoconfiança que ela tinha desenvolvido.

Rebecca: It was one of my first days in New York City. The interview was in a big building downtown. When I walked into the office, I saw a lot of beautiful women and fashion magazines everywhere. I felt like I was in a movie.

Helena: Rebecca pensou que tinha dado certo. Mas de repente, a dura realidade do mundo da moda em Nova York deu um tapa na cara dela.

Rebecca: An agent looked at my resume and saw that I didn’t have much experience. She said: “My job is to be honest. Everyone comes to New York City to be a fashion stylist. But there is a lot of competition in this industry, so you have to be the best. Right now, I can only offer you a job at a store in the mall.”

Helena: A mulher da agência ofereceu uma vaga numa loja de fast fashion, ou moda rápida, que produz roupas mais baratas vendidas em grande escala. Mas pra Rebecca, seria como dar um passo pra trás profissionalmente. Ela já tinha trabalhado como vendedora no Texas e tinha se mudado pra Nova York pra procurar um emprego na alta costura. E o jeito direto como a mulher falou deixou a mensagem bem clara: Rebecca não tava mais no seu pequeno povoado do Texas.

Rebecca: First, I thought, “Wow, maybe she’s right. Maybe this is the only job I can get.” But then I thought about my grandparents. They didn’t move all the way from Mexico for me to give up on my dream so easily. So, I just looked at her and said: “Thank you for your opinion, but I disagree.”

Helena: Ela saiu da agência sem olhar pra trás. Em vez de aceitar a vaga, Rebecca falou com um contato que ela tinha e conseguiu um emprego numa loja de luxo em Nova York. O plano era trabalhar muito e fazer contatos na área.

Rebecca: After I started working, my roommate told me that she met a famous stylist who needed an assistant. Immediately, I said, “Yes! I can do it!”

Helena: Stylist é a pessoa que escolhe as roupas que as modelos usam pra fazer ensaios fotográficos pra revistas, aparecer na televisão, gravar vídeos e ir a eventos. Geralmente, eles têm pelo menos um assistente mais jovem que tá no começo da carreira..

Rebecca: So, I became an assistant to a really well-known fashion stylist. I went to my first photo shoot, and I had to fake it till I made it.

Helena: Fake it till you make it é uma expressão que significa “finja até conseguir”. Ou seja: diante de um novo desafio, aja com confiança e segurança até finalmente conseguir superá-lo. Embora o cargo de assistente de moda fosse um grande começo, Rebecca ainda precisava pagar as contas, então ela continuou com o trabalho de vendedora na loja de luxo. A chefe disse que ficaria no lugar de Rebecca quando ela fosse trabalhar com o stylist.

Rebecca: This manager was also from a small town, so she really tried to help me with my dream. She said, “If you need to leave work, just text me, and I’ll come in and work for you.”

Helena: Como assistente de moda, Rebecca ajudou a organizar ensaios fotográficos, coordenar modelos, organizar guarda-roupas e qualquer outra coisa que o stylist precisasse. Ela trabalhava muitas horas — e até aceitou passar um tempo sem receber quando o orçamento ficou apertado.

Rebecca: I was willing to do anything to keep working as a fashion assistant. I owned designer clothing, and I loved it, but I had to sell a lot of it to continue working towards my dream.

Helena: Depois de dois anos trabalhando nos dois empregos, Rebecca decidiu virar stylist. Ser freelancer, ou trabalhar por conta própria, significava que ela teria que fechar contratos com revistas e marcas de beleza pra vestir os modelos em ensaios fotográficos.

Rebecca: Working freelance is incredibly scary in New York City, especially because rent is really expensive here. It’s a lot of work without any of the benefits of a full-time job.

Helena: A aposta deu certo! Rebecca tinha ficado muito amiga de uma moça que trabalhava na revista Cosmopolitan, e essa amiga se ofereceu pra distribuir o portfólio dela.

Rebecca: She recommended me to someone, then that person spoke to someone else. And somehow, the right person at Hearst Magazines saw my portfolio. Hearst owns big fashion magazines like Cosmopolitan, Harper’s Bazaar, Elle, and Women’s Health.

Rebecca: They called me and said they wanted me to work on a photo shoot for Revlon.

Helena: O produtor queria que Rebecca organizasse um ensaio fotográfico de quatro dias com 10 modelos, um trabalho gigantesco pra uma jovem stylist. Mais uma vez, Rebecca pensou: fake it till you make it.

Rebecca: It was going to be a very serious photo shoot, and I didn’t know how I was going to do it. When I first moved to New York City, I worked at two luxury stores and I was still friends with the managers. So, I called them and they let me come in and borrow a lot of clothing. This is not a common thing — managers usually don’t allow you to take clothing. Or they charge you a fee. But these were people who believed in me, and they let me do it.

Helena: O ensaio foi um sucesso! Como resultado, a Hearst contratou Rebecca pelos próximos cinco anos. Agora ela iria organizar ensaios fotográficos nas mesmas revistas que admirava quando era criança lá no Texas!

Rebecca: I’ve always believed that you should respect everyone and do whatever you can to help other people. And I think that’s why my career has been so successful.

Helena: Dez anos depois de ter se mudado pra Nova York, Rebecca adora ajudar os jovens que tentam entrar na indústria da moda.

Rebecca: I moved to New York City to start a fashion career. But now, it’s also about the community I’ve met here. I want to help younger people who have similar dreams of working in fashion. New York City accepted me when I first moved here, so I want to return the generosity.

Helena: Aos 67 anos, Connie Ottmann também sonhava em morar em Nova York, mas por motivos bem diferentes. Ela nasceu e cresceu em Augusta, a capital do estado do Maine, no nordeste dos Estados Unidos. Mas sempre sentiu uma conexão com Nova York.

Connie: My great-great-grandfather had a very successful business in New York City in the 1850s. So, we have some family history there. And for a long time, my youngest brother has been living in Brooklyn — a neighborhood across the river from Manhattan.

Helena: Augusta é um pequeno município a cerca de 600 quilômetros de Nova York. A cidade grande tava chamando Connie, e ela não conseguia parar de pensar nisso.

Connie: Augusta was a wonderful place to grow up, but it’s missing a lot of things that big cities have. New York City is special. I always thought it would be fun to live there. The city has a creative energy, and you can feel it in the theaters, art galleries, and museums. It’s the greatest city in the world, in my opinion.

Helena: Connie era pintora e achava que Nova York seria uma inspiração pro seu trabalho. Ela poderia conhecer gente nova num ambiente diferente.

Connie: I had to work and take care of my family, so it never felt like the right time to move to New York City. I was also afraid that I was too old for the big city. I was worried about finding a place to live and being accepted. It seemed very stressful.

Helena: Em 2019, Connie tinha se aposentado depois de uma longa carreira como professora de inglês. Ela tava divorciada, e seu filho tinha ido fazer faculdade no Brooklyn, onde o irmão dela morava.

Connie: I was finally able to go. I was getting older, so I thought, “If I’m going to go move to New York City, I should do it now.” So I left.

Helena: Em outubro de 2019, Connie se mudou. Ela foi morar com a irmã em Westchester, a uns 50 quilômetros de Nova York, enquanto procurava um lugar na cidade.

Connie: I could take the train right to Grand Central Terminal, which is a huge train station in the middle of Manhattan. And from there, I could go anywhere in the city. I looked at some apartments online, and I made a plan to visit them.

Helena: Connie queria um apartamento que tivesse espaço pra ela pintar. Seu orçamento era de até 1.200 dólares por mês. Nova York pode ser uma cidade bem cara pra morar, e nos bairros que Connie tava olhando, esse valor significava que ela teria que dividir o apartamento.

Connie: I was almost 70, and I couldn’t afford to live in a nice apartment by myself. I knew that it was going to be difficult to find a place to live. I was looking for apartments in Brooklyn, and I thought, “Brooklyn is such a cool place. A lot of young millennials live there. How am I going to find a roommate?”

Helena: Achar um lugar pra morar em Nova York não é uma tarefa fácil, independentemente da idade. Mas Connie tinha medo de parecer velha demais pra qualquer possível colega de quarto.

Connie: I started emailing people who posted ads for roommates online. Most people were between 28 and 40 years old. I wrote: “I’ve always wanted to live in New York City and I’m looking for a room to rent. I’m pretty independent and easy to get along with.” I think I also mentioned that I was older.

Helena: Connie fez uma busca num site que ajuda artistas como ela a encontrar colegas de quarto que também sejam criativos.

Connie: The last time that I had a roommate, I was only 27 years old! So, I thought, “This is going to be interesting.” But meeting possible roommates was actually quite fun!

Helena: Alguns dos e-mails ficaram sem resposta, e vários dos candidatos não deram certo. Num dos lugares que Connie visitou, ela foi recebida por uma senhora muito simpática, mas o apartamento tinha um cheiro forte de xixi de gato.

Connie: In another ad, two comedians were looking for a roommate. I wrote to them and thought, “Well, maybe if they live with me, they’ll have more inspiration for jokes.” But they never responded to me.

Helena: No fim, Connie conseguiu um quarto num apartamento no Brooklyn, pra dividir com uma arquivista de museu de 32 anos. Isso foi em dezembro de 2019.

Connie: It was the perfect apartment. My roommate went to work every morning, and then I was alone in the apartment all day.

Helena: O melhor de tudo era que o apartamento tinha um estúdio separado, onde Connie podia pintar e escrever. Mas ela também tava decidida a sair e ver a cidade. Então, começou a explorar a vizinhança a pé.

Connie: I often used to walk to a little Korean grocery store. They always had the best prices for vegetables. And they sold bagels too.

Connie: It’s the kind of shop that is common in New York City, and I loved that it was close to my apartment.

Helena: Connie caminhava na cidade sozinha, aprendia sobre a localização dos bairros e aproveitava pra bater perna.

Connie: In Maine, you have to drive everywhere. There’s really no public transportation and you can’t walk to places. One of the things I loved about being in New York City is that I usually walked five or six kilometers every day.

Helena: Nas caminhadas, Connie até conheceu alguns vizinhos.

Connie: People always say that New Yorkers aren’t friendly, but I didn’t think that was true! People always gave me directions when I was lost, and they loved talking about their lives.

Helena: Connie se entregou à cidade e às suas particularidades — e aprendeu muito sobre ela mesma no processo.

Connie: It’s strange, but now I’m a lot more adventurous than I was when I was younger. A lot of people travel when they’re young, but not me. Instead, I did it when I was almost 70!

Helena: Quando o contrato do aluguel acabou em maio de 2021, Connie decidiu voltar pro Maine — por enquanto. Mas sua sede de aventura aumentou, então algo nos diz que ela vai ter novidades em breve!

Connie: I really miss the city — the little shops, the bagels, the museums. I think the experience was great because now, I feel like I can do anything. I’m not afraid to travel anywhere, and I would love to go back to New York.

Helena: Connie Ottmann é blogueira e pintora em Hallowell, no Maine. Na nossa primeira história, ouvimos Rebecca Alaniz, que continua trabalhando na indústria da moda e mora no Brooklyn.

Este episódio foi produzido por Madeline Gunderson.

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Destinos Duolingo é uma produção de Duolingo e Adonde Media. Esse foi o último episódio dessa temporada, mas em breve tem mais! Os produtores foram Madeline Gunderson, Esther Honig, Laura Tillman, Stephanie Wolf e Jackie Noack. Giovana Romano Sanchez fez a produção da adaptação ao português. O desenho sonoro e a edição de áudio foram feitos por Samia Bouzid, Daniel Murcia, Iván Cabrera, Mauricio Mendoza e Giovana Romano Sanchez. David De Luca e Juan Pablo Culasso Alonso fizeram a mixagem e masterização. Nossa assistente de produção foi Caro Rolando, e os editores foram Stephanie Joyce e Grant Fuller. Nossos gerentes de produção são Román Frontini e Nicolás Sosa. O editor-chefe é David Alandete, e a diretora-executiva é Martina Castro.

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Eu sou Helena Fruet. Safe travels!

Créditos

Esse episódio foi produzido por Duolingo e Adonde Media.

Apresentação: Helena Fruet
Protagonistas: Rebecca Alaniz e Connie Otmann
Edição do roteiro: Grant Fuller
Produção e edição da adaptação ao português: Giovana Romano Sanchez
Editor-chefe: David Alandete
Assistente de produção: Caro Rolando
Gerentes de produção: Román Frontini e Nicolás Sosa
Sound designers: Iván Cabrera e Giovana Romano Sanchez
Mixagem e masterização: David De Luca e Juan Pablo Culasso Alonso
Produção-executiva e edição: Martina Castro