Nesse episódio, vamos ouvir duas histórias que mostram como uma imagem pode mudar — e até salvar — a vida de alguém.
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Transcrição
Helena: É bem possível que você já tenha visto essa imagem: uma mulher com um lenço vermelho na cabeça e uma camisa azul com mangas dobradas, mostrando o braço e com o punho para cima, junto com o lema “Nós podemos fazer isso!”, ou “We can do it!”. É a “Rosie the Riveter” ou “Rosie, a rebitadeira”.
James: People usually call this image “Rosie the Riveter.” It was created during the Second World War. And for several decades, it has been a feminist symbol.
Helena: Esse é James Kimble, professor de comunicação na Universidade de Seton Hall, nos Estados Unidos. Ele passou grande parte da sua carreira tentando descobrir a origem dessa imagem famosa. Foi mais difícil do que ele imaginava.
James: For six years, I searched art galleries, museums, libraries, and archives. I was looking for the original photo of the woman who inspired Rosie the Riveter. I wasn’t sure if I could find the photo, but I knew that I couldn’t stop looking.
Helena: Welcome! Esse é o sétimo episódio da segunda temporada de “Histórias em Inglês com Duolingo”. Eu sou Helena Fruet. Nesse podcast, você vai poder praticar inglês no seu ritmo, ouvindo histórias reais e emocionantes.
Os personagens falam um inglês simples e fácil de entender — perfeito pra quem tá aprendendo. Eu vou te acompanhar em cada episódio pra ter certeza que você tá entendendo tudo.
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Hoje vamos ouvir a história de duas imagens… poderosas! Primeiro você vai conhecer as origens misteriosas de uma figura que tem motivado gerações inteiras de mulheres nos Estados Unidos. Depois, descobriremos como uma imagem salvou a vida de alguém.
James lembra que, quando era pequeno, via a famosa imagem de Rosie em todo lugar.
James: I saw it on my friends’ bedroom walls, on blogs — everywhere. But I didn’t know much about it — just that it was very old and very famous…
Helena: O que ele sabia é que, a princípio, a imagem de Rosie tinha sido desenhada pra um pôster durante a Segunda Guerra Mundial. Na época, havia uma campanha pra que mulheres dos Estados Unidos trabalhassem nas fábricas, porque os homens estavam no serviço militar.
James: The U.S. government wanted its citizens to have a positive opinion of the war, so they created propaganda. I thought that was the reason for the Rosie the Riveter poster — to inspire women to start working and help their country win the war.
Helena: Mas enquanto pesquisava pro doutorado, James se surpreendeu ao descobrir que a imagem não era tão famosa assim durante a guerra.
James: I was very surprised. I learned that the poster was not created by the U.S. government. And it wasn’t originally called “Rosie the Riveter.” In fact, it only appeared in the factories of a company called Westinghouse for two weeks in 1943, and then it was forgotten for 40 years.
Helena: Ele continuou pesquisando e logo descobriu que muitas coisas relacionadas a essa imagem não eram exatamente o que pareciam ser.
James: There is a similar image from Westinghouse showing a man holding up his fist — just like Rosie. When I saw that image, I realized that the poster of Rosie wasn’t created to inspire women. The real message was: “We are Westinghouse and together we are powerful.” So, it’s not really a feminist image.
Helena: Foi nos anos 80 que a imagem foi adotada pelo movimento feminista. Nessa época, quando se falava do pôster de Rosie, os jornais diziam que existia uma foto específica que tinha inspirado a ilustração. A foto era de uma mulher sentada na frente de uma máquina industrial, com uma camisa jeans e o cabelo amarrado com um lenço de bolinhas branco e vermelho.
James: In the 1980s, a woman named Geraldine Hoff Doyle saw that photograph in a magazine, and she thought it looked like her. Geraldine started telling people that she was the inspiration for Rosie the Riveter! But the photograph didn’t include a name or any information. Geraldine just thought it was her. So, I started to wonder: How do we know that Geraldine was the real inspiration for Rosie the Riveter?
Helena: Pra James, era importante descobrir a verdade sobre quem inspirou o pôster. Ele queria que a história homenageasse a verdadeira pessoa por trás daquela imagem que tantos anos depois, virou um símbolo feminista nos Estados Unidos e no resto do mundo.
James: I needed to find the original photograph because it might have more information about who the woman really was.
Helena: James sabia que a foto que tinha convencido Geraldine Hoff Doyle de que ela era Rosie tinha aparecido pela primeira vez numa revista em 1942… mas ele não sabia qual revista, nem como encontrá-la.
James: I went to as many different archives and museums as possible. I looked through so many magazines and newspapers, page by page. Finding the photo seemed impossible. It was a needle in a haystack.
Helena: Uma agulha no palheiro, ou “a needle in a haystack”. Até que um dia, James achou um monte de revistas velhas do New York Times que uma biblioteca ia jogar fora. Ele levou todas pra casa e começou a folhear um exemplar enquanto falava ao telefone.
James: While I was on the phone, I found it! The photo was in the New York Times Magazine in June 1942. It was like seeing a saint, or the Virgin Mary. After I looked for the photo for years, it was suddenly there.
Helena: Mas tinha um problema. A reportagem não dava o nome da mulher da foto nem onde ela morava. Ele ainda não conseguia saber quem ela era. Mas ele não desistiu! Seguindo as pistas da revista, ele conseguiu identificar o lugar onde a foto foi tirada: a cidade de Alameda, na Califórnia.
James: I still didn’t know who the woman was. But it was not Geraldine. Geraldine worked in the state of Michigan during the war — not in California. So it definitely wasn’t her. But now I had to find out who it was.
Helena: James já tinha dedicado cinco anos a esse projeto e tava decidido a achar a resposta. Depois de pesquisar ainda mais, ele finalmente encontrou a foto original!
James: On the back of the original photograph, it said, “pretty Naomi Parker.” It was such an exciting moment! After five years of searching, I found the name of the woman in the photograph. Finally, I had a reward for working so hard and never giving up.
Helena: Era 2014. James achou que Naomi Parker já devia estar morta, porque pelos seus cálculos, ela deveria ter uns 93 anos. Mas, pra sua surpresa, ela tava viva. E num dia de outono, ele ligou pra ela. Mas Naomi não escutava bem, ou… she was hard of hearing.
James: When I called her, she couldn’t understand me. She said she was hard of hearing. I told her I wanted to talk about her work during the war, but she still couldn’t hear me. And after a while, she hung up the phone.
Helena: James ficou frustrado, mas decidiu ligar de novo naquela mesma semana. Dessa vez, a irmã de Naomi, que ouvia bem, atendeu. Logo depois, James pegou um voo até a Califórnia pra encontrar com elas.
James: I brought flowers to Naomi and her sister, and they were so excited. They both wore nice clothes and make-up. It was clear that our meeting was important to them. Naomi wasn’t feeling well, but she really wanted to tell me her story.
Helena: Naomi contou pra ele o quanto tava feliz em ver que a sua história finalmente tava sendo reconhecida.
James: The world thought that the woman in the photograph was someone else, so Naomi was really happy to finally have her identity back.
Helena: Naomi tinha visto o pôster de Rosie nos anos 80, quase ao mesmo tempo que Geraldine Hoff Doyle. Ela se reconheceu na hora, mas Geraldine tinha declarado antes que era a mulher da foto. Naomi não sabia o que fazer pra ser ouvida. Todos já tinham acreditado em Geraldine. Mas, quando James publicou sua pesquisa, muitos jornais e revistas constataram que aquela era de fato a história de Rosie, a rebitadeira.
James: Images have a lot of power and can change the way people think. Rosie the Riveter positively affected a lot of people around the world — especially women. I thought it was so important to find the real identity of Rosie because her image was an important part of U.S. history.
Helena: Pra James, encontrar a imagem que inspirou Rosie foi uma importante correção aos livros de história. Mas, no caso de Ryan Mclennan, uma imagem foi bem além… Salvou sua vida. Ryan tinha 27 anos quando descobriu problemas no rim, ou kidney. Ele era mecânico no Canadá, consertava carros de dia e fazia aulas de artes marciais à noite. Um dia, ofereceram pra ele um trabalho novo, na construção de plataformas de petróleo.
Ryan: The job paid a lot of money. I just had to pass a physical exam. I worked out for several hours a day and participated in martial arts competitions all the time, so it seemed easy. But during the exam, the doctor said my blood pressure was extremely high.
Helena: O médico recomendou que Ryan consultasse um especialista sobre a alta pressão arterial, ou high blood pressure. Enquanto esperava pela consulta, Ryan percebeu que se sentia cansado o tempo todo.
Ryan: Finally, it was time for my appointment. When I walked through the door, the doctor immediately did some tests. And after a few hours, she came back into the exam room. She told me to sit down and she said, “Ryan, there’s a problem with both of your kidneys.” I didn’t understand. I was 27 years old and very healthy.
Helena: A maioria das pessoas vive bem só com um rim. Mas conseguir um transplante pode levar bastante tempo. No Canadá, o tempo de espera por um rim de um doador de órgãos que faleceu, ou deceased donor, é cerca de 4 anos. Um doador vivo é ainda mais difícil de encontrar.
Ryan: My mom offered to give me one of her kidneys many times. But I decided to wait for a deceased donor. I was young. I thought I would be okay. But I was getting weaker and weaker. Most days, I couldn’t get off the couch. So after more than a year, I finally agreed to let my mom help me. But first, she had to get tested to see if she was a match.
Helena: A mãe de Ryan era compatível, she was a match! Então a cirurgia foi agendada imediatamente. E deu tudo certo. Tanto Ryan quanto sua mãe ficaram estáveis e não tiveram nenhuma complicação.
Ryan: I was so grateful to my mom. She gave me a second chance. But after the surgery, I had to change the way I lived. I needed a job that wasn’t physically difficult and that’s why I started teaching. I became a shop teacher at a local high school and I fell in love with the job.
Helena: Um instrutor de mecânica, ou shop teacher, é alguém que ensina carpintaria, metalurgia e conserto de automóveis. Ryan se estabeleceu, comprou uma casa, adotou uns cachorros e continuou fazendo exercícios, mas dessa vez com moderação. Tava tudo indo muito bem.
Ryan: When I was at my gym one day, I saw an advertisement. A woman was looking for someone to work out with her. Her name was Shakina. We met as friends and started working out together all the time. We had an instant connection, and we started a relationship pretty quickly.
Helena: Depois de um ano de namoro, em 2017, Ryan pediu Shakina em casamento. No Natal seguinte, eles se casaram, ou tied the knot.
Ryan: But a month after we tied the knot, I noticed something was wrong. I went to the doctor and found out that there was a problem with the kidney transplant from my mom. It was only functioning at 3%.
Helena: Aos 43 anos, Ryan soube que ia precisar de outro transplante de rim. Por enquanto, ele podia fazer diálises de emergência, mas elas só iam funcionar por pouco tempo. Sem um rim novo, ele ia morrer.
Ryan: I could only receive a transplant from donors with a specific type of blood: O negative. And that type is very rare. Finding a match was going to be difficult. The doctors told me it could take up to eight years, and I didn’t have that much time.
Helena: Shakina tava no aeroporto, indo visitar a família no Vietnã, quando Ryan ligou e contou sobre o diagnóstico.
Ryan: She didn’t want to leave. She wanted to take care of me. But I said, “I’m going to be okay. Go see your family.”
Helena: Quando desligou o telefone, Shakina olhou ao redor e viu um espaço no aeroporto que dizia “anuncie aqui”. Era o tipo de espaço normalmente usado pra fins comerciais.
Ryan: Shakina immediately called me back. She had a suggestion, what if we rented signs in our city to ask for a donor? It was such a crazy idea. I didn’t want to ask strangers for a kidney. But I didn’t have any other options. Shakina told me that she was going to do it because it was a life or death situation.
Helena:Shakina fez dezenas de ligações enquanto esperava a escala no aeroporto.
Ryan: One day later, the signs were up. There were 27 in total! In the airport, on major roads, and at bus stops. The sign said, “Ryan McLennan needs a living kidney donor. Blood type O.” And there was a photo of me, my wife, and our dog Athena. There was also a phone number and a link to a Facebook page. We got more than 150 calls from people who wanted to donate their kidneys! It was unbelievable!
Helena: Ryan também recebeu ligações de amigos e familiares que não sabiam que ele tinha problemas renais até verem os anúncios. Mas Ryan precisava de um doador muito específico. Nenhum dos interessados em doar era compatível.
Ryan: I started to feel frustrated. So many people called us, but no one was a match. Until Tony.
Helena: Tony Timmons era um motorista de 48 anos que trabalhava no FedEx. Ele viu um dos anúncios numa rodovia. Tony não conhecia Ryan e não sabia muito sobre transplantes de rim. Mas decidiu que se fosse compatível, doaria um de seus rins pro Ryan.
Ryan: I was in my classroom when I learned that Tony was a match, and he was ready to donate his kidney. I couldn’t believe it! It was like finding a needle in a haystack. I was amazed that a complete stranger wanted to help me. I was in shock. I needed to meet him!
Helena: Ryan ligou na mesma hora pro Tony e eles marcaram de se encontrar.
Ryan: We had an instant connection. We chatted about our lives for hours. He was so kind and it was easy to talk to him. He didn’t talk about the transplant. He just said that if he ever needed a transplant, then he would want someone to help him too. It was that simple for Tony.
Helena: Algumas semanas depois, em novembro de 2018, Tony e Ryan foram pra sala de cirurgia. Eles se viram brevemente antes da operação começar.
Ryan: I’ll never forget that moment. Tony had a big smile on his face and said, “Hey, it’s strange to see you here!” We were getting ready to have surgery, but it was like we were seeing each other at a bar. I remember giving him a big hug. I was so nervous about the surgery, but after I saw Tony, I stopped worrying.
Helena: A cirurgia foi um sucesso. Graças a um anúncio numa rodovia, Ryan ia sobreviver. Em poucos meses, os dois se recuperaram.
Ryan: I won the lottery! I felt weak for a long time, but now I feel so alive and healthy. And it’s all because of Tony. We play cards and tennis together every week, and we even went on a trip to California together after the surgery. My wife had the idea to make those signs, and that’s why I’m alive today. I got another chance to live, but I also made a lifelong friend.
Helena: Ryan McLennan é professor de mecânica numa escola técnica de Calgary, no Canadá, onde vive com a esposa e com a cadela Athena. A história dele foi produzida por Paige Sutherland, jornalista de Boston, Massachusetts.
James Kimble é professor de comunicação e artes na Universidade de Seton Hall, em Nova Jersey. Ele tá trabalhando numa história em quadrinhos sobre o pôster de “Rosie the Riveter” e a mulher que inspirou a imagem, Naomi Parker-Fraley. A história dele foi produzida por Caro Rolando, da Adonde Media.
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“Histórias em Inglês” é uma produção de Duolingo e Adonde Media. Assine nosso feed no Spotify ou na sua plataforma preferida.
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Créditos
Esse episódio foi produzido por Duolingo e Adonde Media.